Giovanna entrou na sala. Todas as meninas a olharam de
cima a baixo, como se dissessem: “O que ela tem na cabeça, além de cabelos
horríveis?”.
Giovanna percebeu, mas não
se importou. Sentou – se na cadeira e esperou a aula começar...
Já tinham se passado 30
minutos e nem sinal do professor. Nenhum dos alunos chamava a atenção de
Giovanna. Até que...
Entra na sala um menino de
cabelos até o ombro, lindamente loiros. Seu olhar era penetrante e bonito, mas
não tanto quanto seu sorriso. Giovanna o olhou. Tímida. Ele retribuiu o olhar.
Os dois ficaram reparando um no outro, como se já se imaginassem crescidos e
vissem seus futuros, só no olhar, um do outro. O menino sorriu. O que a
encantou ainda mais.
Os dias passavam, e Giovanna
ficava ainda mais próxima do menino. O nome dele era Jonathan.
Os anos se passaram e eles
já estavam com sete anos. Giovanna finalmente conhece amigos de verdade: Miguel
e Luan – Dois meninos loucos por futebol. Sempre foram muito amigos e estavam
lá para o que der e vier.
Jonathan, aquele menino por
quem havia se apaixonado, cresceu e estava ainda mais bonito. Também apaixonado
por futebol. Estava mudado. Não só na aparência, mas por dentro. Como o tempo passou
Giovanna se automaticamente se apagou de sua memória. Ele não se lembrava
daquela menina que o fez sorrir. Daquela menina que brincava e o alegrava todos
os dias.
Ela ainda se lembrava dele e
ainda era apaixonada. Ele, ainda a via, mas não se lembrava de quem era. Para
ele, ela era somente a... Garota maluquinha, roqueira e rebelde da outra sala.
Rebeldete - Dois
-
Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrriiiiiiiiimmmmmm
O Sinal tocou. É fevereiro
de 2012. Fazia quatro anos que eles não se viam e não se falavam. Ela tinha 10
anos, cabelos longos e cacheados, tingidos com tinta vermelha. Agora, ela
estava mais independente, mais rebelde, mais roqueira, mais decidida. Ela ama
música, dança e, principalmente... O Rock.
Ele... Não se sabe.
Colete jeans, blusa do Iron
Maden, uma skinny totalmente rasgada, coturno com spikes, cabelos bagunçados.
Vontade de estudar: zero. Ver os amigos: cem. Determinação: mil.
- Amiga, “tu” tá show!
- Valeu Duda! Estava com
saudades da minha Rebeldete maluca!
- Eu também estava com
saudades da minha Rebeldete doida!
Aquela é Eduarda Brito, a
Duda. Ou, a Rebeldete maluquete. Rebeldete era o grupo de Rebeldes Rockers. Por
enquanto, só elas duas estavam nesse grupo. As únicas que não tinham medo de
esconder o que pensavam. As únicas que lutavam pela atitude certa. As únicas
que enfrentavam tudo e todos para realizar seus sonhos: Serem famosas.
- A doidona tá de volta...
- Se for pra me atormentar,
desiste, Salles. Ou melhor, tampinha de garrafa.
Aquele era Guilherme Salles.
Metido, esnobe, encrenqueiro. Achava-se melhor do que todos. Gostava de fazer
coisas típicas de um adolescente drogado. – E tarado – Apertava o trazeiro das
meninas, chamava – as de gostosa... Era totalmente ridículo.
- E a gorda já veio
arrasando...
- Gorda “tua” vó, otário.
- Otário é “teu” pai.
- Agora o bicho pega. –
Cochichou alguém.
O Pai de Giovanna tinha
morrido á três anos, em um acidente de moto. Giovanna sofreu muito com a perda.
Seu pai sempre ia ser seu herói. Fala mal dele e o bicho pega.
Giovanna fechou suas mãos,
apertando – as pra valer, na tentativa de manter a calma. As palavras de Salles
ecoavam na sua mente.
Duda, Luan e Miguel notaram
seus punhos se fechando e Giovanna levantando o braço devagar, para dar um enorme
soco.
Os três correram para ajudar
à amiga:
- Para!
- Se controla!
Miguel e Duda tentaram
acalmá-la.
- Salles, deixa ela em paz.
- Claro, vou deixar ela em
paz só porque você pediu...
- Salles, cale a boca. Você
não sabe fazer nada além de irritar as pessoas. Você nunca deixará de ser
trocha.
Eles saíram andando,
tentando acalmar Giovanna.
Na sala, uma menina linda,
com cabelos curtos cacheados e olhos claros estava sentada no lugar de
Giovanna.
Ela tinha um jeito inocente,
perfeito, a sua maneira.
- Eeeerr, esse lugar é
meu... – Disse Giovanna
- Ok, desculpa. – Respondeu
a garota. Ela tinha uma voz forte, linda, encantadora.
-
TRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRIIIIIIIIIIIMMMMMM
O sinal tocou. Era hora do
intervalo. Duda e Giovanna iam para o famoso “cantinho”. Era como elas chamavam
o lugar que, para elas, era o melhor da escola. O cantinho era um lugar que
ficava do lado da sala de informática, tinha umas pequenas escadinhas de
cimento que serviam como banquinhos. Lá, os matos chegavam até o joelho das
pessoas. Super lindo! Chegando lá, a mesma garota que ficou no lugar de
Giovanna estava sentada lá, escutando alguma coisa em seu MP4.
- Quem é a novata? –
Perguntou Duda, baixinho, a Giovanna.
- Não sei. Me lembro de ter
visto ela na sala. – Respondeu Giovanna.
Guilherme, o gênio da sala,
se aproximou das duas. A primeira vista tinha um jeito tímido e nerd. Mas
depois, era engraçado, divertido e um pouco... Chato.
- Não sei quem é. Só sei que
é filha do famoso Carlos Mello.
-Carlos Mello? – Perguntou Duda.
- Tá brincando né? –
Giovanna e Duda ficaram chocadas.
- Carlos Mello? O Famoso
astro do Rock? (Giovanna)
- Ele mesmo.
- Nós somos as fãs número 1
e 2 dele! (Duda)
- Mas o que ela está fazendo
numa escola municipal? (Giovanna)
- Também não sei... Mas é
ela. A diretora já confirmou.
- Uau! – As duas ficaram
boquiabertas.
- Gui! – Tiffany, a menina
por quem Gui era apaixonado, o chamou.
- Jura que você vai lá? –
Giovanna não gostava nem um pouco de Tiffany, por querer copiar absolutamente
TUDO o que Giovanna fazia. Ela tinha até um grupo chamado Fashionetes, com suas
“amigas” Carol e Cristiana.
- Vou. – disse Gui, deixando
as duas no vácuo.
- Vamos falar com ela! -
Falou Duda, entusiasmada.
- Com a Tiffany?
- Claro que não, doida. Com
a filha do Carlos.
- Ah, vamos.
Foram até lá.
- Oi – Disse Giovanna, no
seu jeito mais simpático.
- Oi. – Respondeu a garota –
Você não é aquela garota que me expulsou do seu lugar?
Giovanna Riu.
- Eu mesma...
- Ela é assim mesmo...
Então, eu sou a Duda.
- E eu sou a Giovanna.
- Vocês ficam ótimas juntas!
Bom, eu sou a Barbara.
- Bonito nome. (Duda)
- O que “tu” tá escutando?
(Giovanna)
Giovanna tirou os fones do
ouvido de Barbara.
- Big Time Rush?! Não acredito!
- Sim! Amo as músicas deles!
(Barbara)
As três começaram a cantar
uma música deles:
- “Uh, uh! All the Windows Down! Uh,
uh…”
Começaram a se conhecer
melhor e decidiram que Barbara seria a... Terceira Rebeldete.
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